Paulo Cesar Morato
era apontado como 'laranja' em esquema criminoso.
Polícia Federal vai acompanhar investigações de peritos criminais.
Katherine Coutinho e Bruno MarinhoDo G1 PE
Corpo
do empresário Paulo César Morato foi encontrado em motel, em Olinda (Foto:
Bruno Marinho/G1)
O empresário
Paulo Cesar de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta quarta-feira
(22), em um motel no bairro de Sapucaia, em Olinda, Região Metropolitana do
Recife, de acordo com a Polícia Federal. Morato era considerado foragido pela
PF desde a terça-feira (21), quando foi deflagrada a Operação Turbulência.
"Quem vai
cuidar da investigação por enquanto é a Polícia Civil. Mas já foi designado um
policial federal para acompanhar os trabalhos da perícia. Se for constatado que
as circunstâncias da morte têm ligação com a Operação Turbulência, aí Polícia
Federal pode entrar nas investigações", afirmou o assessor de comunicação
da PF, Giovani Santoro.
Paulo César Morato
(Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Ainda não se
sabe a causa da morte de Morato. A viatura do Instituto de Medicina Legal (IML)
saiu do motel com o corpo do empresário às 22h40. A delegada Gleide Ângelo
segue no local. Procurada pelo G1, a advogada do empresário, Marcela Moreira Lopes,
afirmou que ele já havia tentado suicídio anteriormente.
Um policial
civil que participa da ocorrência e prefere não ser identificado contou aoG1 que o
empresário deu entrada sozinho no motel na terça-feira (21), por volta das
12h30, e que o corpo não tinha marcas de violência. A polícia foi acionada às
19h desta quarta. Foi encontrado dinheiro no quarto do empresário, mas o valor
ainda não foi quantificado pela polícia.
Na terça-feira,
os policiais federais prenderam quatro pessoas - Eduardo Freire Bezerra Leite,
Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira, João Carlos Lyra Pessoa
Filho. O operação investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de
dinheiro, que pode ter financiado a
campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em
2014. Nesta quarta-feira, o G1 teve
acesso ao inquérito, que aponta que Campos e o senador Fernando
Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos
Lyra Pessoa de Melo.
De acordo com o
Ministério Público Federal (MPF), Morato era o “verdadeiro responsável pela
empresa Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem LTDA”. Segundo o
inquérito da PF, por meio desta e outras pessoas jurídicas, Morato teria
“aportado recursos para a compra da aeronave PR-AFA (que caiu com Campos, em
2014) e recebido recursos milionários provenientes de empresas de fachada
utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro, engendrados por Alberto
Yousseff e Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de provenientes da
construtora OAS”.
A Câmara &
Vasconcelos é apontada pelo inquérito como a empresa que recebe da OAS o
montante de R$ 18.858.978,16. O documento afirma que "chama a atenção"
o repasse de recursos milionários de quase R$ 19 milhões para "uma empresa
fantasma, a qual possui 'laranjas' confessos em sua composição societária, o
que representa um claro indicativo de lavagem de dinheiro".
A operação
teve início com investigaçõessobre a compra do avião, logo após
o acidente que matou Campos e outras seis pessoas, mas chegou a um esquema de
lavagem de dinheiro que teria movimentado até R$ 600 milhões, segundo a PF.
Esse montante
seria alimentado por recursos de propinas e usado por firmas de fachada e
sócios “laranjas” para fazer a lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal investiga, agora, a relação entre
essas empresas citadas na Turbulência e grupos já envolvidos na Operação Lava
Jato e em investigações que estão no Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação
prendeu na terça-feira quatro
empresários suspeitos de
integrar a organização criminosa e se beneficiar dela – João Carlos Lyra Pessoa
de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo
Santana Vieira.
A PF recolheu em casas e
escritórios, alvos de mandados de busca e apreensão durante a
operação, sete automóveis de alto luxo, 45 relógios de marcas internacionais
famosas, além de R$ 3,6 milhões, dólares, revólveres e uma espingarda.Também
foram apreendidos dois barcos, dois helicópteros e um avião.
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